Essa manhã ouvi as geniais Leilane Neubarth e Daniela Lima comentando que em sete de setembro do ano passado a expectativa por um possível golpe era tão grande, que na globo News elas estavam de plantão, pro caso de acontecer.
Por um breve momento eu cheguei a pensar, em 7/9 do ano passado, que eu pudesse estar sendo paranoico, mas não estava.
Os burburinhos de que o marginal tentaria um golpe de estado em sete de setembro naquele 2022 eram cada vez maiores. Ele havia esticado a corda em 7/9 de 2021, depois teve que recuar com a ridícula carta de rendição ao min Alexandre de Moraes, mas a ideia de aplicar um golpe de estado continuava viva. Sua última chance, em tese, seria no 7/9/22. A expectativa era por um golpe clássico. Militares na rua, estado de sítio (ou de defesa, já que nenhum dos dois cabia, mas afinal, era golpe), opositores presos, imprensa censurada, etc.
Fiquei muito receoso de ser preso, mas se fosse pra enfrentar isso, que fosse.
Desde sempre eu tive claro que EU fiz a escolha por posições e defesas políticas. EU, não minha família. Felizmente todo mundo na minha família direta tem uma linha de pensamento similar, mas ainda assim, eu jamais permiti que qualquer consequência das minhas escolhas os afetassem. Mas naqueles dias antecedentes ao sete de setembro eu tive medo por eles.
Combinei com uns amigos, uns dias antes, que em 04/09, eles sairiam do Brasil com meus filhos em um carro. Aguardariam até o dia 07 ou pouco depois, conforme fosse, e dali decidiram se voltariam ou não ao Brasil. Chegamos a ajustar locais onde dormiriam, e possíveis destinos caso realmente houvesse o golpe. Felizmente Bolsonaro e sua quadrilha não conseguiram dar o tão sonhado golpe. Felizmente conforme foi chegando o 7/9 os sinais de possível golpe foram se dissipando, e ficou claro que não aconteceria. Dados esses sinais, não precisei tirar minha família do Brasil.
Foi um momento doloroso, um tanto assustador e que espero que o Brasil jamais precise viver de novo. Estamos cometendo erros na resposta a esses quase dez anos de golpe? Sim, estamos, mas estamos cometendo muito mais acertos.
Essa abjeção política fascistóide que se une sob um capitão ladrão seguido por uma cambada de criminosos golpistas por ação ou omissão, precisa continuar sendo empurrada de volta pro esgoto.
Marcelo Amil é advogado, defensor geral do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas, ex-presidente da Comissão de Esportes, saúde e bem estar da OAB/AM Imortal da Academia Amazonense de Direito Desportivo e da Academia de Letras e Culturas, e foi candidato a prefeito de Manaus em 2020.
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