Bolsonaro vai ser preso pela mesma razão pela qual não se reelegeu

Se Bolsonaro tivesse ficado quatro anos calado, deixando as coisas acontecerem naturalmente, ele provavelmente teria sido reeleito em primeiro turno. Mas, para nossa sobrevivência, ninguém pode vencer a própria natureza. Ele falava as atrocidades que falava, proferia as agressões individuais e coletivas que proferia pois isso é de sua natureza. Ele é mal educado, ele é grosseiro, ele é inculto, ele é um ser humano horrível. Sua natureza o levou a fazer as imbecilidades que fez e isso lhe custou a reeleição.

Pra Bolsonaro não ser preso, bastaria ele submergir. Ficar calado. Não falar nada. Atender às intimações da polícia e da justiça, não dar indícios de que vai fugir, não ter contato com testemunhas nem com outros investigados. Podem delatar o que for. Se não houver um fato contemporâneo, não cabe a prisão preventiva. Bolsonaro tem 68 anos e aos 70 o prazo prescricional de qualquer processo cai pela metade. Com bons advogados, coisa que ele tem, óbvio, você consegue conduzir usando todos os recursos possíveis, um processo por anos. Lula foi preso por uma aberração jurídica e um conluio político. À letra da lei ele jamais deveria ter sequer sido denunciado. Temer foi preso por uma pirotecnia criminosa também do juiz Marcelo Bretas, salvo engano afastado até hoje pelo CNJ por tramoias à la Marreco de Maringá.

Em processos conduzidos sem intervenção política dos juízes, nem Lula nem Temer jamais teriam sido presos nas condições em que foram.

Esse é um dos pontos entre nós, e eles. Aqui, pelo menos no campo racional, não vai haver pedido de prisão após segunda instância, nem tampouco pedido de prisão pirotécnica.

Mas fiquemos tranquilos. Bolsonaro vai dar motivo pra prisão preventiva, assim como deu pra naõ ser reeleito. Ele vai abrir aquela boca maldita dele pra derramar em nossos ouvidos algum crime, como fez a vida inteira. Ele vai dar à justiça a razão pra sua prisão preventiva. Ser criminoso é da natureza dele.

Marcelo Amil é advogado, defensor geral do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas, ex-presidente da Comissão de Esportes, saúde e bem estar da OAB/AM Imortal da Academia Amazonense de Direito Desportivo e da Academia de Letras e Culturas, e foi candidato a prefeito de Manaus em 2020.

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