Neste domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro realizou um ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, com o objetivo de pedir anistia para os golpistas do dia 8 de janeiro de 2022. Contudo, a expectativa de público ficou muito aquém do esperado, reunindo pouco mais de 12 mil pessoas. Essa situação reflete uma mudança significativa na percepção pública em relação ao bolsonarismo.
O discurso que Bolsonaro e seus apoiadores costumam utilizar é repleto de mitologias e narrativas que misturam questões celestiais com a política, transformando figuras comuns em ídolos. No entanto, essa narrativa está sendo desafiada, e muitos dos mais fervorosos seguidores começam a perceber que estão sendo manipulados. A ideia de que a esquerda no poder levaria ao fechamento de igrejas e à repressão das religiões tem se mostrado um mantra sem fundamento.
Em outras capitais, como Manaus, onde o bolsonarismo é forte, o apoio ao ato foi quase inexistente. Muitos evangélicos preferiram permanecer em seus cultos, evitando a vergonha de defender os envolvidos nas manifestações de janeiro. O evento em Copacabana não foi realmente um pedido de anistia, mas uma tentativa de Bolsonaro e sua equipe de se distanciar das consequências da tentativa de golpe, que é um crime previsto na Constituição.
À medida que o clima de tensão diminui, o cenário político se torna mais claro, e as pessoas começam a ver os fatos com mais lucidez. A baixa adesão aos atos em Rio de Janeiro e Manaus demonstra que as expectativas estavam superestimadas. Nesse contexto, os políticos estão reavaliando suas posturas e tendem a suavizar discursos radicais, percebendo que a maioria da população brasileira ainda valoriza a democracia.
Embora alguns políticos possam manter uma retórica reacionária, a grande maioria está ciente de que o discurso antidemocrático está perdendo força. Bolsonaro, por sua vez, reconhece que sua relevância política está em risco e usou o ato como uma última tentativa de se manter no cenário político. Com o fracasso em Copacabana, muitos políticos podem mudar de direção, enquanto Bolsonaro poderá enfrentar um futuro incerto, seja na prisão ou buscando abrigo em uma embaixada.
A sociedade parece estar se preparando para ajustar contas, não apenas com os golpistas de 2022, mas também com os de 1964. Essa nova realidade pode indicar um fim para as narrativas que sustentaram a retórica extremista por tanto tempo.
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